terça-feira, 11 de novembro de 2008

BURNOUT

COLABORADORES DESMOTIVADOS OU DEPRIMIDOS?

Os consultórios de psiquiatria e psicologia estão lotados! É a Era da Depressão, sem dúvida! Nunca vimos tantas pessoas queixando-se de tristeza crônica e falta de vontade de seguir a vida em frente, como agora.

Levados pela rotina do atendimento com queixas freqüentemente iguais, os profissionais da área da saúde, muitas vezes, deixam de investigar mais demoradamente as causas ou, até, o próprio paciente, induzido pela esperança em conseguir cura rápida e mais econômica, automedica-se . Porém, há casos e casos! A verdade é que os sintomas de uma verdadeira depressão são nitidamente diferentes de uma desmotivação existencial.

De uma desmotivação existencial pode-se chegar à uma depressão crônica, e às Síndromes do Pânico e outros distúrbios mais graves. Entre os fatores que levam à desmotivação existencial, estão: a falta de iniciativa em conviver com amigos, a acomodação numa vida sem metas, a busca de uma aparência impossível, sonhos inatingíveis de riqueza a curto prazo e a busca fantasiosa de um par perfeito.

Claro que não podemos deixar de considerar aqueles que, ao apresentarem sinais de desmotivação, são acolhidos pelo ninho quente da família e nunca mais desejam dele sair.

Agora, na Depressão, os fatores que a desencadeiam são de natureza química cerebral, somados às tendências biológicas e temperamentais. Quem pode concluir o diagnóstico é sempre o profissional especialista na área: Psiquiatra ou Psicólogo. Ocorre, ainda, a Depressão temporária, fruto do estresse físico – emocional, nos momentos de grande mudança na vida das pessoas: separação, luto, perda financeira, formatura, troca de emprego, de moradia, etc.

Nesses casos, os fatores considerados, em ordem decrescente de impacto emocional e de estresse, são:

1- morte de ente querido – lembrando que há muitas formas de uma pessoa morrer para a outra;

2- separação, divórcio ou perdas afetivas significativas;

3- perdas financeiras ou da estabilidade (aqui também entram o estado de guerra na sociedade, tal como o caso das facções criminosas no Brasil);

4- troca de emprego, para melhor ou pior;

5- troca de moradia.

Se somados dois ou mais fatores num prazo de um ano, as chances aumentarão. E as empresas? Como podem lidar com essas fases de vida dos colaboradores?

Como estão muito freqüentes, os casos devem ser diagnosticados após uma verificação cuidadosa do estilo de liderança adotado pela empresa, pois, nesses casos, a Depressão conseqüente é a chamada “Síndrome de Bournout”, com sintomas muito parecidos aos das Depressões comuns, mas que estão associados ao ambiente de trabalho, geralmente como conseqüência de maus relacionamentos e de pressões extremas recebidas.

O Ministério do Trabalho julga culpado o infrator, seja líder ou colega de trabalho, que gere no trabalhador, pela coação ou extrema provocação, os sintomas característicos: falta completa de motivação; tristeza; apatia; aversão ao ambiente de trabalho com a presença do infrator; perda de saúde geral com maior predisposição às doenças – com afastamentos constantes do ambiente de trabalho; doenças do estômago e intestinos; sinais evidentes de ansiedade crescente, e outros.

Por esse motivo, as empresas modernas adotam critérios de análise de perfil e liderança de seus gerentes. Afinal, a responsabilidade pelo ambiente de trabalho e a produtividade é do nível gerencial, quando o mesmo recebe da diretoria total apoio às implementações necessárias em seleção de pessoal e benefícios motivadores para sua equipe.

Gilmara RagazzoProfessora universitária, consultora, Psicóloga Clínica e Empresarial.


"Você não pode ensinar nada a um homem; você pode apenas ajudá-lo a encontrar a resposta dentro dele mesmo." Galileu Galilei